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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Cinema: X-Men, Dias de um Futuro Esquecido - Crítica.

 Por Eduardo Brunetto



        Novamente vamos ver mais um filme dos X-Men. Já saímos do cinema incrivelmente fascinados, outras vezes extremamente desapontados e algumas vezes até indiferentes com alguns dos tantos filmes da franquia. Mas o que nos faz ter uma maior expectativa dessa vez, é a volta de Bryan Singer a direção. Ele que foi responsável por alguns dos sentimentos bons que eu citei acima quando dirigiu X-Men 1 e 2. Mas será que ele correspondeu à expectativa? Bem, adiantando um pouco a resposta, ele nos entregou um bom filme, mas talvez não do jeito que se esperava.
         
O roteiro é baseado numa revista em quadrinhos de mesmo nome “X-Men, Dias de um Futuro Esquecido”, na qual um membro dos X-Men volta no tempo para impedir a criação dos Sentinelas, máquinas criadas pelo governo para matar mutantes, o que elas fazem muito bem. Wolwerine (Hugh Jackman) é o escolhido, por ser o único capaz de regenerar os danos cerebrais que tal viajem no tempo causa. E ai lá vai ele misturar o elenco de “X-Men Primeira Classe” com os clássicos.
        Se tratando de uma história de viajem no tempo, o roteiro se sustenta quase sem falhas científicas, pelo menos nenhuma que você perceba durante o filme e estrague a sua experiência. A construção dos personagens, principalmente do professor Xavier (Patrick Stewart,James McAvoy) e do Magneto (Ian McKellen, Michael Fassbender) também é um ponto muito forte. Os conflitos criados pelo enredo não possibilitam concluir quem está certo ou errado, quem é o vilão ou o mocinho, são pontos de vista diferentes. Isso torna as motivações dos personagens mais complexas e entrelaçadas e cria espaço para um maior desenvolvimento tanto da sua personalidade quanto dos conflitos que cada um tem consigo mesmo e com o mundo. Essa pode ser considerada a melhor característica do filme: o conflito de opiniões e a forma como isso influencia cada personagem e as suas ações. Misturando isso com viajem no tempo e temos uma bela trama.




       O grande problema é que parece que este filme não está conectado com os outros da franquia X-Men. É como uma história à parte que ignora muito do que já tinha sido estabelecido. Passa por cima de muitos fatos anteriores e conta a sua história não importando o que quer que já tinha sido contado antes. Isso é positivo por um lado, e negativo por outro.
                 

                    Se não fosse essa “desconexão”, seria necessária uma explicação para inúmeras ressurreições (não chega a ser spoiler porque eu não disse quem ressuscita) de alguns personagens e de alguns fatos que o filme mostra que nunca tínhamos visto em nenhum outro filme anterior. Assim, não haveria tempo para desenvolver toda essa questão moral dos personagens que eu citei no parágrafo acima. Mas é claro que isso também nos deixa perdidos, como se tivesse ocorrido um reboot e ninguém ficou sabendo, como se tudo ao invés de ser corrigido, foi apenas esquecido e reconstruído. As vezes é melhor começar do zero, mas existia certa afeição sentimental dos fãs com a franquia no cinema, é estranho vê-la tão ignorada.
           Ainda nesse assunto, o personagem que apresenta maior relação com a franquia anterior é o Wolwerine, não vou falar qual, por que é uma grande surpresa no filme – eu achei pelo menos - mas não chega a ser suficiente. As relações, posturas e características de vários personagens estão muito diferentes das dos filmes anteriores. Tirando o X-Men Primeira Classe, que esse sim encontra um vínculo maior com essa trama, mas ainda sim tem alguns detalhes ignorados.


          Como filme, ele te apresenta uma trama diferente, algo interessante e divertido de se assistir, como um filme dos X-Men, ele te trás uma história nova, deixando os erros para trás ao invés de consertá-los. Pontuar se isso é ruim ou bom, fica para cada um. Você prefere um filme bom que destoa dos outros estabelecidos da franquia da qual você é fã, ou um filme que tenta corrigir os erros e se mantém fiel? Eu fico com a primeira opção.

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