
Alguns outros personagens também são apresentados no longa. A família Osborn como um todo. A Participação de Norman é um tanto quanto decepcionante de tão rápida, e Harry (Dane DeHaan), que da forma rápida de como é apresentado e com que ele passa de garotão pegador de modelos na Europa para um ser maligno, acaba te deixando meio incomodado com o personagem.
Já deu para perceber que o filme tem certos problemas quando o assunto é construção de personagens. Quanto a Harry, todos os aspectos que o envolvem, desde a sua entrada na trama, até a sua transformação em vilão (isso não é spoiler, dava pra ver no trailer), encontram no roteiro argumentos que o sustentem. Porém apenas argumentar não é suficiente, é preciso me mostrar, provar, convencer. Mas pelo curto tempo usado para desenvolver Harry, não dá tempo de absorver suas motivações - mesmo elas sendo mostradas - nem entender qual é a fonte de sua relação com Peter. Tudo isso faz dele um personagem meio jogado, mal aproveitado.
Ouvi muitos dizerem que a relação entre Gwen e Peter também é fútil, confusa e mal desenvolvida durante o filme. Concordo que ela seja confusa, até porque ela tem que ser confusa! Mas é bem desenvolvida. A relação dos dois envolve diversos fatores, como o promessa feita por Peter para o Capitão, pai de Gwen, de que ele se afastaria dela, mas ao mesmo tempo existe a vontade de viver a vida e tudo mais. Sem falar que eles acabaram de entrar na faculdade e as pessoas com essa faixa etária são meio confusas. Outra relação muito bem explorada aqui, foi a de Peter com a Tia May (Sally Field). Essa velhinha sempre apareceu nos filmes e nos quadrinhos, mas o seu papel na vida de Peter nunca tinha sido explorado como foi nesse filme. Como eu disse, não é necessário argumentar, mas sim mostrar, e em um diálogo deu para sentir o que um representa para o outro. Mandou muito bem Marc Webb.
Mas chega de melodrama e vamos falar da ação do filme. Esse foi o ponto forte. Luzes, Dubstep, câmeras lenta e a melhor representção da forma de lutar do Aranha já vista, foram o que fizeram deste um filme muito melhor que o primeiro da franquia. A desenvoltura do aranha que vemos no universo dos quadrinhos nunca foi a de um personagem dos mais fortes, mas sim um acrobata que sabe usar seus rescursos como a velocidade, suas teias para construir um terreno que lhe dê vantagem e sua flexibilidade ao seu favor, e na tela do cinema, pude ver como se fosse um sequencia de luta das revistas do Homem-Aranha. Só que animada e muito mais imersiva. Ter o Electro como vilão principal ajudou muito a explorar efeitos de luz e de som e transformar cada confronto entre vilão e herói num verdadeiro espetáculo.
Se você não gosta de quadrinhos, ou de super heróis em geral, já deve ter achado essa crítica infantil, imagine o filme. Espetacular Homem-Aranha 2, não é como os filmes do Batman, dirigidos por Nolan, que trazem o herói para um um universo tangível, e que não necessitam tanto daquela famosa descrença poética. Esse filme do Homem-Aranha não é nada sem descrença poética. Ele não se preocupa em tratar de se aprofundar em nada, é um filme mais superficial assumidamente. O resultado disso não é um filme ruim, mas descompromissado e divertido. Para aqueles que ainda conseguem deixar o filme acionar aquela criança besta que você era quando lia os quadrinhos e não ficava questionando quesitos complexos de motivações de personagem, ou questões científicas da origem de super vilões e sim imergir de cabeça no universo que lhe é apresentado, assisti-lo é uma experiência empolgante e até emocionante. Nada como ter aquele herói dos quadrinhos que você tanto gostava representado fielmente nos cinemas, tanto nas parte boas quanto ruins.
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