Imagine apenas um cara pacato,
organizado, e extremamente ligado ao seu trabalho que, inicialmente por uma
necessidade, começa a viajar o mundo, conhecer pessoas e vivenciar
experiências. É quase que uma utopia para todos, largar tudo e sair por ai, e
talvez por isso A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty)
proporcione uma catarse tão intensa quando assistido e ainda, somado a
experiência, proporciona uma fotografia deslumbrante, revelando o ótimo
trabalho de Ben Stiller como diretor e ator nesse filme.

Constantemente
sonhando acordado, Walter Mitty sofre de intensos transes que servem para
compensar a falta de ação do seu dia a dia e ficam no ar como um desejo do que
poderia ter sido, do que ele queria ter feito, mas na verdade não fez. A
fotografia extremamente bonita e vívida encontra ai a sua justificativa, pois
faz a vida real se confundir com os constantes sonhos de Walter e tornam a
realidade tão deslumbrante quanto um sonho. Lembrando um pouco A Vida de Pi
(Life of Pi).

O ritmo do filme é irregular. Por
mais que alguns possam achar isso uma cópia do estilo indie de se fazer cinema,
Ben Stiler consegue casar essas irregularidades com a personalidade do personagem.
Uma hora a cena é lenta, assim como Walter com medo de agir e seguindo sua
rotina, e inesperadamente o ritmo muda completamente passando para uma ação
alucinada, representando um dos sonhos de Walter, ou uma repentina mudança de
motivação.
Para
quem consegue comprar o filme e desligar seu senso de realidade, A Vida Secreta
de Walter Mitty se torna um filme prazeroso, cheio de significados, frases e
uma ótima trilha sonora. Perdido em uma fotografia surreal e no desejo de aventura
do pacato Walter Mitty é possível viajar com ele e partilhar de suas
experiências e como disse o fotógrafo Sean para Walter “ As coisas mais belas
não precisam chamar a atenção”, porém esse filme chama, mas não deixa de ser
belo.
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