Por Eduardo Brunetto
Pensar em uma ficção cientifica
espacial cheia de suspense que mistura desespero e agonia com uma pegada
incrivelmente realista, já é um motivo e tanto para ir ao cinema. Porém, usar
isso de plano de fundo para criar uma alegoria a fim de discutir a vida, suas dificuldades
e superações é algo que só Gravidade consegue fazer.
Alfonso Cuarón, diretor,
conseguiu fazer qualquer um se perder e só se reencontrar após as curtas uma
hora e meia de filme. Nele, é contada a história de Ryan Stone (Sandra Bullock)
e de Matt Kowalsky (George Clooney), astronautas enviados para uma missão de
reparo em um satélite americano no espaço, quando ocorre um acidente com algum
satélite russo criando uma nuvem de destroços. A partir dai o filme se torna
uma luta constante de sobrevivência e suspense que chega a tornar o ar
rarefeito.

Mas não é só isso que Gravidade
pretende mostrar. É claro que uma trama de sobrevivência e suspense na solidão
do espaço acaba atraindo o foco, mas quando se repara o que existe por trás daqueles
destroços, do desespero e da trama principal o filme ganha complexidade.
Durante o longa, o papel da Dra. Stone, conforme vai sendo desenvolvido e
revelando fatos que ocorreram na vida da Dra. enquanto em Terra, extrapola o simples objetivo de sobreviver
diante daquela situação, e passa a exprimir a ideia de renascer. Escolher a
vida ao invés da lamentação. Seguir em frente ao invés de se fazer o que é fácil.
Tudo isso usando como fundo o cenário catastrófico espacial e escondendo, de
certa forma, as semelhanças entre o filme e a vida real.

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