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domingo, 28 de abril de 2013

Cinema: Homem de Ferro 3 - Crítica.

Por Eduardo Brunetto


A grandiosa trilogia de um herói inicialmente classe C da Marvel chega ao fim com a fama digna de um classe A. Em 2008 estava nas mãos – na minha opinião mais preparadas- de Jon Favreau e neste passou para Shane Black que, de fato, trouxe algumas mudanças para a série, algumas boas, outras nem tanto.
No primeiro filme da trilogia temos um arco muito bem contado, com recursos simples Favreau te insere dentro do mundo onde vive Tony Stark e molda o personagem muito bem. É possível entender as inspirações de Tony e o que faz ele se diferenciar de todos os Super Heróis,  que  é se divertir sendo um. Já no segundo filme com um roteiro mais fraco e sem muitas mudanças, se tem uma repetição do primeiro um tanto piorada, mas o Tony que conhecemos continua lá, firme e forte. Agora, neste terceiro filme pareceu ocorrer uma certa desconstrução deste personagem que levou dois filmes – três se contar com Avangers –  para construir. Um Tony Stark mais humano e sentimental que se viu abalado por todo o incidente em Nova York – referência a Avangers – e agora tem crises de ansiedade e tenta, de certa forma, dramatizar mais o filme. Porém esta dramatização se mostra muito irregular, pois quando está chegando a algum lugar o diretor insere algumas tiradas cômicas para aliviar, tiradas essas que são um marco para a série, mas que aqui se mostram mais deslocadas e menos efetivas.
Em relação ao Mandarim, pode-se dizer que é o vilão mais surpreendente da Marvel, e em minha opinião, o ponto forte do filme. É a partir dele que é feita uma sútil crítica ao medo generalizado americano em relação aos terroristas, mas só avisando aos fãs do vilão, pode ser que você se decepcione. Porém, tirando isso, o roteiro é bem previsível, não conta com falhas graves, nem grandes acertos. Black preferiu manter a fórmula em quesitos de história. Tratando-se de ação e efeitos especiais, o filme se mantém bem e empolga – como sempre – quem assiste. Sem falar do clímax, que é realmente muito bom.
Homem de Ferro 3, em síntese, é a tentativa fazer de Tony Stark um personagem mais humanizado, mas na verdade, acabou ficando em cima do muro. Não chegou a trazer um drama de verdade para as telas, nem manteve aquele playboy metido imutável, o que se vê é uma mescla dos dois, porém mal posicionada. Nem engraçado e confiante como antes, nem tão profundo como se prometia. O arco se fecha, mas não se tem uma conclusão, Black deixa tudo aberto demais e um Tony Stark que se diz ser um homem mudado. Porém, será que mudá-lo foi realmente bom? 


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