A grandiosa trilogia de um herói inicialmente
classe C da Marvel chega ao fim com a fama digna de um classe A. Em 2008 estava
nas mãos – na minha opinião mais preparadas- de Jon Favreau e neste passou
para Shane Black que, de fato, trouxe algumas mudanças para a série, algumas
boas, outras nem tanto.
No primeiro filme da trilogia
temos um arco muito bem contado, com recursos simples Favreau te insere dentro
do mundo onde vive Tony Stark e molda o personagem muito bem. É possível
entender as inspirações de Tony e o que faz ele se diferenciar de todos os Super Heróis,
que
é se divertir sendo um. Já no segundo filme com um roteiro mais fraco e
sem muitas mudanças, se tem uma repetição do primeiro um tanto piorada, mas o
Tony que conhecemos continua lá, firme e forte. Agora, neste terceiro filme
pareceu ocorrer uma certa desconstrução deste personagem que levou dois filmes –
três se contar com Avangers – para construir. Um Tony Stark mais humano
e sentimental que se viu abalado por todo o incidente em Nova York – referência
a Avangers – e agora tem crises de ansiedade e tenta, de certa forma,
dramatizar mais o filme. Porém esta dramatização se mostra muito irregular,
pois quando está chegando a algum lugar o diretor insere algumas tiradas
cômicas para aliviar, tiradas essas que são um marco para a série, mas que aqui
se mostram mais deslocadas e menos efetivas.
Em relação ao Mandarim, pode-se
dizer que é o vilão mais surpreendente da Marvel, e em minha opinião, o ponto
forte do filme. É a partir dele que é feita uma sútil crítica ao medo
generalizado americano em relação aos terroristas, mas só avisando aos fãs do
vilão, pode ser que você se decepcione. Porém, tirando isso, o roteiro é bem
previsível, não conta com falhas graves, nem grandes acertos. Black preferiu
manter a fórmula em quesitos de história. Tratando-se de ação e efeitos
especiais, o filme se mantém bem e empolga – como sempre – quem assiste. Sem falar do clímax, que é realmente muito bom.
Homem de Ferro 3, em síntese, é a
tentativa fazer de Tony Stark um personagem mais humanizado, mas na verdade,
acabou ficando em cima do muro. Não chegou a trazer um drama de verdade para as
telas, nem manteve aquele playboy metido imutável, o que se vê é uma mescla dos
dois, porém mal posicionada. Nem engraçado e confiante como antes, nem tão profundo como se prometia. O arco se fecha, mas não se tem uma conclusão,
Black deixa tudo aberto demais e um Tony Stark que se diz ser um homem mudado. Porém, será que mudá-lo foi realmente bom?
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