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domingo, 10 de março de 2013

Cinema: Indomável Sonhadora - Crítica




Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)



               Indomável Sonhadora é quase um folclore engajado que exibe um pouco da pobreza americana. O filme demonstra o sofrimento das vitimas do furacão Katrina (2005) que tiveram a região onde moram quase que totalmente alagada e se negam a deixar o lugar, vivendo lá como podem.
               A parte folclórica do filme se dá pelo fato de toda essa realidade ser apresentada ao espectador pelo olhar de uma criança. Hushpuppy (Quvenzhané Wallis). Uma garotinha de seis anos que é criada pelo pai, Winky (Dwight Henry) da maneira mais empírica possível. O pai tem um método educativo um tanto quanto questionável, mas com boas intenções. Ele tenta prepará-la para o mundo, nem que se seja assuntando-a e de certa forma exigindo um amadurecimento mais rápido que comum para uma criança. Tudo isso se passa na “Banheira” um local pobre e devastado pelo furação, onde a cada dia a água sobe e torna tudo mais difícil.
               É engraçado e incrivelmente imersivo acompanhar tudo isso sendo narrado e vivenciado por Hushpuppy. Vendo a sua ingenuidade diante da sua relação conturbada com o pai e da maneira de como tudo isso é absorvido por uma criança. O que torna a pobreza chocante e a “fofura” de Hushpuppy contrastes absurdos e gritantes. Exatamente o que pretendia o diretor Benh Zeitlin.
               Benh também contou com as atuações surpreendentes de Wallis e Henry que mostram de uma maneira impressionante toda essa relação de pai e filha de certa forma fria, mas ao mesmo tempo amorosa. Porém, quem rouba cena é Willis, a garotinha faz grandalhões temerem na base, e mostra um desenvolvimento de personagem incrível, onde mesmo sem perceber, Hushpuppy vai absorvendo as ideias e ensinamentos de seu pai , e que somados a uma realidade extremamente difícil, tornam uma garotinha em um colosso.
               E quando monstros ancestrais gigantes se deparam com Hushpuppy, encontram algo ainda maior que eles, afinal aos olhos de uma criança tudo se torna mais bonito e simples. Até mesmo a dificuldade da vida.

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